INSUFICIÊNCIA VENOSA CRÔNICA ou VARIZES
O que é?
Insuficiência venosa crônica é um termo médico que engloba manifestações desde vasinhos, varizes, inchaço, cansaço, sensação de peso, escurecimento da pele até feridas, mais frequentemente, nos membros inferiores. As varizes são veias dilatadas e tortuosas por incapacidade do sistema venoso superficial em retornar o sangue para o coração devido a hipertensão venosa (consequência de refluxo e obstrução venosa).
Assim como a hipertensão arterial e a diabetes mellitus, a insuficiência venosa crônica não tem cura e demanda cuidados contínuos para retardar a evolução para quadros avançados (feridas / úlceras varicosas). No mundo, estágios intermediários dessa condição podem atingir entre 20-64% da população 1,2 , enquanto a presença de feridas cicatrizadas ou ativas, no Brasil, variam entre 15-20% dos pacientes 3-5.
Entre os fatores de risco, encontramos: história familiar, sexo feminino, obesidade, número de gestações, sedentarismo, atividade profissional. Pode, também, surgir ou se agravar após quadros de trombose venosa profunda ou tromboflebite.
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Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico é clínico (com exame físico durante a consulta). É frequente a necessidade de ultrassonografia doppler colorida para complementar a avaliação, bem como da pletismografia. Excepcionalmente, realiza-se flebografia, angiotomografia venosa, angioressonância venosa ou ultrassonografia intravascular.
Os cuidados com as varizes não se limitam a procedimentos cirúrgicos. Considerando as causas da doença, é fundamental a correção/ redução dos fatores de risco, com atividade física regular, controle do peso e uso regular de meia elástica a fim de minimizar a evolução da doença. Existem medicações que podem contribuir com alivio dos sintomas, porém sem resultado permanente/curativo.
Procedimentos cirúrgicos tem excelentes resultados estéticos com alguma melhora dos sintomas, quando os demais cuidados são empregados pelos pacientes. A escleroterapia contempla vasos pequenos e finos (telangectasias) por meio da injeção de substância esclerosante (glicose, polidocanol/espuma) com associação ou não de laser transdérmico, enquanto os vasos dilatados e tortuosos são tratados com cirurgia que pode incluir ou não manipulação da veia safena magna a depender dos achados da ultrassonografia doppler colorida.
Dentre as opções, podemos realizar: pequenas incisões para retirada das varizes sem ponto cirúrgico; remoção parcial ou completa da veia safena magna (stripping); fechamento de varizes e veia safena magna por meio de polidocanol/espuma, radiofrequência ou laser. A apresentação da doença e as condições de saúde de cada paciente são determinantes no planejamento do porte e proposta cirúrgica, bem como da modalidade anestésica.
Além disso, pacientes portadores de feridas/úlceras varicosas demandam de todos cuidados acima acrescidos de manipulações locais, como desbridamento/limpeza e curativos específicos. Logo, o tratamento é individualizado caso a caso, podendo mudar de proposta conforme tais questões também se modifiquem durante o acompanhamento com um cirurgião vascular.
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Referências bibliográficas
1) Rabe E, Guex JJ, uskas A, Scuderi A, Fernandez Quesada F. Epidemiology of chronic venous disorders in geographically diverse populations: results from the Vein Consult Program. Int Angiol 2012;31:105e15.
2) Evans CJ, Fowkes FG, Ruckley V, Lee AJ. Prevalence of varicose veins and chronic venous insufficiency in men and women in the general population: Edinburgh Vein Study. J Epidemiol Community Health 1999;53:149e53.
3) De Castro-Silva M. Chronic venous insufficiency of the lower limbs and its socioeconomic significance. Int Angiol 1991;10:152..
4) Cabral ALS. Insuficiência venosa crônica de membros inferiors: prevalência, sintomas e marcadores preditivos. Tese apresentada a Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Medicina para obtenção do título de Doutor em Medicina. 2000. 140p.
5) Maffei FHA, Magaldi C, Pinho SZ. Varicose veins and chronic venous insufficiency in Brazil: prevalence among 1755 inhabitants of a country town. Int J Epidemiol 1986;15:210)